Jesus Luz, conhecido por sua carreira como DJ e modelo, surpreendeu seus seguidores ao compartilhar sua jornada de conversão ao candomblé. Nas últimas semanas, ele tem publicado registros de suas experiências dentro do terreiro, mostrando sua conexão com a religião afro-brasileira. Em suas postagens, é possível vê-lo usando as guias de contas ilekes, que representam a proteção dos orixás, e o ekete, um adorno tradicional para cobrir e proteger a cabeça. Para ele, essa transformação espiritual foi um chamado ancestral, um reencontro com suas raízes e uma nova fase de sua vida.
Uma das publicações que mais chamou atenção foi a presença da filha, Malena, de apenas três anos, no terreiro. Jesus Luz ressaltou a importância da liberdade religiosa para a menina, que também frequenta uma igreja evangélica com a mãe, Carol Ramiro. Em seu relato, o DJ destacou o desejo de criar a filha em um ambiente de respeito e amor, livre de preconceitos. “Ela vai crescer com uma grande espiritualidade e com respeito e amor por todos, independentemente de religião”, escreveu ele. Sua mensagem trouxe uma reflexão sobre a intolerância religiosa e a importância de permitir que as crianças tenham acesso a diferentes crenças para que possam construir sua própria identidade espiritual.
O despertar para o candomblé foi um processo gradual para Jesus Luz. Desde pequeno, ele foi exposto a diferentes religiões dentro de sua família. Frequentou um centro de Sahaja Yoga na casa de sua tia, acompanhou sua avó em igrejas evangélicas e, mais tarde, teve contato com o espiritismo e a umbanda. No entanto, ele nunca se aprofundou em nenhuma dessas práticas até conhecer o candomblé. A grande virada aconteceu quando foi convidado a visitar o centro ìlé Àsé Sàngólònílè, em Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro. Lá, ele teve um encontro transformador com seu babalorixá, Igor de Xangô.
Ao entrar no terreiro, Jesus Luz conta que sentiu uma conexão imediata, como se finalmente estivesse no lugar certo. Essa experiência o fez questionar seus preconceitos anteriores em relação ao candomblé e compreender que sua ligação com a religião era algo ancestral. “Descobri que minha ligação com o candomblé é ancestral, com certeza. Senti o chamado, foi uma coisa intuitiva”, revelou. A partir desse momento, ele se entregou ao aprendizado e à vivência da religião, percebendo mudanças significativas em sua vida.
Acompanhado por sua filha, Jesus Luz também teve um momento marcante ao apresentá-la ao ambiente do terreiro. No início, ele teve receio de como Malena reagiria, já que o espaço tem uma energia intensa. No entanto, a resposta espontânea da menina o emocionou. “Ela respondeu: ‘Medo de quê, papai?’”, relembrou ele, reforçando sua certeza de estar trilhando um caminho positivo.
Desde que iniciou sua jornada no candomblé, Jesus Luz afirma que se sente mais protegido, confiante e conectado com sua essência. Seu babalorixá, Igor de Xangô, explicou que ele é um iniciado na religião, ou seja, está passando por um processo de aprendizado e consagração ao seu orixá. Esse processo exige disciplina e comprometimento, mas, para o DJ, tem sido uma experiência enriquecedora.
Sua história reflete a importância do respeito às religiões de matriz africana e a necessidade de combater preconceitos históricos. Ao compartilhar sua experiência, Jesus Luz abre espaço para o diálogo e inspira outras pessoas a explorarem sua espiritualidade sem medo ou julgamento.