Anitta voltou a se posicionar sobre intolerância religiosa após perder 100 mil seguidores por compartilhar fotos em um terreiro de candomblé. A cantora, conhecida por sua autenticidade e transparência, usou as redes sociais para refletir sobre o tema e reforçar sua visão de que todas as religiões deveriam ter o mesmo objetivo: elevar o espírito e transformar as pessoas para melhor. Em seu desabafo, ela destacou sua crença plural e a forma como sua casa no Rio de Janeiro reflete essa diversidade, reunindo símbolos de diferentes religiões.
“A minha forma de pensar é que todas as religiões têm o mesmo objetivo, deveriam ter, que na sua raiz mais profunda tem o objetivo em comum que é elevar a alma, elevar o ser humano, elevar o espírito”, disse a cantora. Para Anitta, não faz sentido que práticas religiosas sejam usadas como motivo para intolerância ou divisão entre as pessoas. Sua fala foi uma resposta direta à reação negativa de parte do público, que demonstrou preconceito ao vê-la exercendo sua fé no candomblé.
Com um tom leve e até bem-humorado, a cantora comentou sobre a diversidade de crenças representadas em sua casa. “A gente estava rindo lá no barracão que eu estava na macumba lendo livro de Buda. Aqui em casa eu também brinco que em cada esquina tem um negócio: uma macumba, um Buda, um Ganesha, um São Miguel, um São Rafael, uns anjos, em cada lugar da casa tem uma coisa que representa todas as crenças porque eu acredito em todas elas.” Ao compartilhar um trecho do livro budista que estava lendo, Anitta reforçou sua mensagem contra a intolerância, citando uma frase que considera essencial: “A maior impureza de todas é a ignorância.”
A cantora já havia previsto a perda de seguidores, comentando ironicamente na noite de quarta-feira: “E lá se vão mais 100 mil seguidores. Toda vez que posto foto no terreiro é isso. Limpa, limpa, limpa.” Sua postura diante da situação mostra que ela não se abala com a rejeição de quem não aceita sua espiritualidade e reafirma sua identidade sem medo das críticas.
Além da vida pessoal, Anitta também leva sua religiosidade para o trabalho. No álbum “Funk Generation”, a música “Aceita” faz referência a Exu, uma divindade do candomblé muitas vezes alvo de preconceito e desinformação. Segundo a cantora, essa escolha não foi apenas um tributo à sua fé, mas também uma forma de celebrar a cultura afro-brasileira e desafiar estereótipos. “Tem a ver com a minha religião, mas também com a cultura funk, né? Que nada mais é também que cultura afro, que é a mistura e também a quebra de preconceitos religiosos que eu sempre gosto de fazer no meu trabalho, na minha vida”, explicou.
Embora “Aceita” seja a única faixa do álbum com um viés mais político, Anitta deixou claro que sua intenção principal com o projeto é promover diversão. “Não tem muito o que militar nas letras de música para se divertir, dançar na balada”, disse. No entanto, sua postura firme diante da intolerância religiosa mostra que, dentro e fora da música, ela continua a usar sua voz para desafiar preconceitos e defender a liberdade de crença.