Edgar Vivar, eternizado como o icônico Senhor Barriga e o mimado Nhonho no seriado Chaves, emocionou fãs durante um painel na CCXP 24, onde compartilhou histórias sobre sua trajetória profissional e pessoal. Aos 75 anos, o ator relembrou os bastidores do trabalho ao lado de Roberto Gómez Bolaños, criador do programa, e refletiu sobre a marca que ambos deixaram na cultura popular. “Roberto era muito perfeccionista. Tudo era friamente calculado. Ele entregava o roteiro uma semana antes e esperava que todos decorassem suas falas à risca”, contou. Mesmo com o rigor, Vivar destacou que os ensaios permitiam um toque de criatividade, com improvisos avaliados pelo criador: “Se a piada era boa e condizente com o personagem, ficava. Se não, era cortada”. O relato evidenciou a genialidade e o compromisso de Bolaños, cuja morte completou dez anos em novembro, deixando um legado imensurável para a televisão mundial.

Além das memórias sobre os bastidores de Chaves, Vivar abordou sua jornada de emagrecimento, iniciada após uma cirurgia bariátrica em 2008. Ele revelou que, por muito tempo, ser chamado de Senhor Barriga o fazia se sentir reduzido à sua aparência física. “Para mim, era como se estivessem me apontando e dizendo que eu estava gordo. Mas percebi que isso era um problema meu, não do público”, admitiu, destacando como aprendeu a transformar essa percepção. Hoje, ele sente orgulho de ser reconhecido pelo próprio nome. “Agora, acho estranho quando alguém não me chama de Senhor Barriga. Já se passaram muitos anos, e finalmente as pessoas começam a me chamar de Edgar Vivar. Finalmente, hoje eu sou Edgar Vivar, o Senhor Barriga”.

O painel também trouxe momentos de conexão emocional entre o ator e o público, especialmente ao destacar como Chaves continua impactando gerações mesmo após décadas de sua estreia. Vivar, com sua simpatia característica, mostrou gratidão pelo carinho que recebe e pelo fato de seus personagens continuarem vivos na memória dos fãs. Ele refletiu sobre como a série abordava temas universais, como amizade, dificuldades financeiras e sonhos, de maneira cômica, mas sempre carregada de humanidade.

Edgar Vivar demonstrou que, além de um grande ator, é também um homem que se reinventou ao longo dos anos, enfrentando desafios pessoais com coragem e se adaptando às transformações de sua carreira. Ao celebrar a vida e o legado de Roberto Bolaños, ele reafirmou o impacto de Chaves na cultura popular, provando que a vila mais famosa da televisão transcendeu fronteiras e o tempo, permanecendo como um refúgio nostálgico e uma lição de simplicidade e alegria para milhões de fãs ao redor do mundo.