Durante participação no Conversa com Bial, cantor falou também sobre ‘Tempo Rei’, última turnê da carreira dele: ‘Reconhecimento de um desgaste natural do físico, do corpo e da mente’
Durante sua participação no *Conversa com Bial*, Gilberto Gil emocionou o público ao relembrar a morte do filho Pedro Gil, falecido em um trágico acidente em 1990. Aos 82 anos, o cantor falou com sensibilidade sobre o impacto dessa perda em sua vida, reconhecendo a dificuldade de aceitar a inversão da ordem natural das coisas. “Tinha dificuldade em me conformar com a inversão dos fatores, do filho ir antes do pai. É duro. Ele era muito jovem, um acidente, uma maneira trágica. A tentação para o inconformismo… mas, temos que nos conformar com tudo”, refletiu o artista.
Gilberto Gil recorda morte do filho, Pedro
“Tem um acúmulo de energia que vem da decantação natural, de fazer aquilo o tempo todo. O palco é muito energizante, a plateia traz muito de volta, essa energia desprendida. O tempo pesa, a velhice chegando é diferente”, refletiu o cantor, durante participação no Conversa com Bial, exibido nesta sexta-feira (13), no GNT, garantindo que pretende ainda fazer shows pontuais, mas nada grandioso.
Gilberto Gil participa do Conversa com Bial — Foto: Reprodução
“É o reconhecimento de um desgaste natural do físico, do corpo e da mente também, o homem velho”, pontuou, com a costumeira calma, que os fãs se habituaram a ver ao longo de mais de 60 anos de carreira. Durante a conversa, o baiano de 82 anos exaltou o trabalho do amigo Caetano Veloso, em quem se inspira, assegurando que também aprendeu muito com ele, por meio de uma relação, nas palavras dele, de “estímulo, sem competição”.
Gilberto Gil reflete sobre envelhecimento
Tinha dificuldade em me conformar com a inversão dos fatores, do filho ir antes do pai. É duro. Ele era muito jovem, um acidente, uma maneira trágica. A tentação para o inconformismo… mas, temos que nos conformar com tudo.”
Gilberto Gil revela inspiração em Caetano Veloso
Gil descreveu o desafio emocional de encontrar paz diante de uma perda tão dolorosa, mas sua fala também revelou a serenidade conquistada ao longo dos anos. Além do tema familiar, Gilberto Gil abordou o encerramento de sua última turnê, *Tempo Rei*, que marca o fim de suas grandes apresentações ao vivo. Ele explicou que a decisão é fruto de um “reconhecimento de um desgaste natural do físico, do corpo e da mente”, algo que ele encara com a calma que os fãs se acostumaram a ver em sua trajetória de mais de 60 anos de carreira. Apesar disso, Gil não descarta a realização de shows pontuais, mas descarta grandes compromissos: “O tempo pesa, a velhice chegando é diferente”. Durante o programa, ele também exaltou a amizade com Caetano Veloso, descrevendo a relação como uma fonte constante de aprendizado e estímulo mútuo, sem competitividade. A interação entre os dois ícones da música brasileira tem sido, segundo Gil, um pilar de inspiração artística. Entre reflexões profundas e celebrações de sua trajetória, Gilberto Gil aproveitou para presentear o público com performances de canções emblemáticas, como *Palco*, *Padroeiro do Brasil*, *Esotérico* e a própria *Tempo Rei*. Esses momentos musicais reforçaram sua presença marcante no cenário cultural e serviram como um lembrete de seu legado atemporal. A entrevista trouxe uma mistura de nostalgia e sabedoria, destacando como Gilberto Gil tem encarado o envelhecimento e os desafios pessoais com a mesma sensibilidade que marca sua música.
Gilberto Gil explica última turnê
Veja músicas cantadas por Gilberto Gil durante participação no Conversa com Bial
Gilberto Gil canta ‘Palco’
Gilberto Gil canta ‘Padroeiro do Brasil’
Gilberto Gil canta ‘Tempo Rei’
Gilberto Gil canta ‘Babá Alapalá’