A morte do influenciador Diego Friggi, de 33 anos, gerou uma onda de comoção em São José dos Campos e abriu um intenso debate sobre o sistema de saúde brasileiro, especialmente em relação ao atendimento hospitalar e a acessibilidade a unidades de terapia intensiva (UTIs). Com uma presença digital marcante, Friggi contava com mais de 668 mil seguidores no Instagram, onde compartilhava reflexões sobre sua vida, promovia sorteios de prêmios e mantinha uma conexão ativa com o público. No entanto, no último domingo, Diego sofreu uma embolia pulmonar enquanto aguardava por uma vaga de UTI no Hospital Unimed. Ele expressou, em uma postagem nas redes sociais, a angústia com a demora no atendimento, chegando a questionar as autoridades locais sobre a situação da saúde pública. “Estou há dois dias aguardando uma vaga ‘SUS’ de leito UTI e até agora nada. Cadê a saúde de nossa cidade? Eleição já foi, agora ‘bora’ trabalhar?”, publicou, direcionando críticas ao prefeito Anderson Farias.
A Prefeitura de São José dos Campos, em resposta, lamentou a morte de Friggi e destacou que ele estava internado em um hospital particular, portanto, o atendimento seria de responsabilidade da instituição privada. Já a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reiterou que hospitais particulares têm a obrigação de oferecer atendimento emergencial a pacientes em situações de risco de vida, mesmo que eles estejam em período de carência do convênio. Este ponto gerou ainda mais questionamentos sobre a demora para a transferência de Friggi a uma UTI, uma vez que seu estado era considerado grave.
Por sua vez, o Hospital Unimed esclareceu que o influenciador recebeu “toda a assistência médica e hospitalar necessária” e afirmou que a transferência ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi apenas um procedimento administrativo, sem impacto no tratamento que Diego estava recebendo. Em nota oficial, a instituição declarou: “A Unimed São José dos Campos informa que o paciente Sr. D.G.F recebeu toda a assistência médica e hospitalar necessária, com aplicação de protocolos de atendimento adequados pela equipe médica e multiprofissional. Esclarecemos, ainda, que a busca por vaga para transferência ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi realizada devido a questões administrativas, sem causar qualquer prejuízo ao atendimento prestado ao paciente”. A Unimed também reiterou seu compromisso com a qualidade e a segurança de seus serviços e lamentou a perda, solidarizando-se com a família do paciente.
O caso de Diego Friggi trouxe à tona questões sobre a eficiência do sistema de saúde, principalmente no que se refere ao atendimento em situações de emergência e ao direito dos pacientes de receber cuidados críticos em tempo hábil. A repercussão da sua morte nas redes sociais reflete uma crescente insatisfação da população com os serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, e evidencia o anseio por mudanças estruturais que garantam mais agilidade e eficácia no tratamento de casos graves.