No último sábado, Marina Lima protagonizou um show marcado por intensa carga emocional e momentos catárticos no Circo Voador, no Rio de Janeiro. A apresentação, que inicialmente celebraria seus 69 anos e os 45 anos de carreira, transformou-se em um tributo ao irmão da cantora, o poeta e compositor Antônio Cícero, falecido recentemente. Em postagem nas redes sociais, Marina revelou que quase cancelou o espetáculo devido a uma crise de labirintite que a deixou tonta e debilitada durante a tarde que antecedeu o evento. “Nem sabia se conseguiria subir ao palco, tamanha apreensão e nervosismo. Mas o que aconteceu foi algo indescritível, algo que nunca vivi nem presenciei nos meus 45 anos de carreira”, escreveu.
Logo no início da apresentação, Marina surpreendeu o público com uma introdução narrada por ela mesma, explicando a mudança de foco do show. O evento, batizado de Rota 69, tornou-se também uma homenagem ao legado de Cícero, cuja imagem foi exibida em diversos momentos em um telão ao fundo do palco. A atmosfera de luto e celebração se entrelaçava em cada nota e palavra, criando uma conexão visceral entre a artista, sua obra, e o público. “O amor e a devoção que senti naquela noite, tanto por mim quanto por Cícero, foram avassaladores. Nunca imaginei receber tanto amor de uma só vez, e isso estará guardado para sempre no meu coração”, desabafou Marina.
Um dos momentos mais emocionantes do show foi a participação especial de Adriana Calcanhotto, que se juntou a Marina no palco para interpretar músicas como “Lunch” e “Mesmo Que Seja Eu”. A escolha das canções e a sintonia entre as duas artistas ampliaram o impacto emocional da noite. Para intensificar ainda mais a homenagem, o evento coincidiu com o aniversário de Marcelo Pies, viúvo de Antônio Cícero, que estava presente na plateia e foi agraciado com um emocionante “Parabéns Pra Você” liderado por Marina e pelo público.
O show também foi um agradecimento coletivo. Marina dedicou palavras de profunda gratidão aos fãs, amigos e colaboradores que estiveram ao seu lado nessa trajetória desafiadora. “Aos meus músicos, equipe e a todos que fazem parte dessa minha Rota louca, meu muito, muito obrigada. Vocês foram essenciais. Essa noite servirá de combustível para tudo que vier daqui para frente”, declarou.
O tributo a Cícero permeou cada instante da apresentação, lembrando o público da força dos laços familiares e da influência de Cícero na carreira da cantora. Ele foi responsável por algumas das letras mais marcantes de Marina, sendo um parceiro criativo insubstituível. “Sempre que subo ao palco, levo um pedaço dele comigo. Essa noite foi para celebrar isso”, afirmou.
Ao final, Marina Lima deixou claro que o espetáculo no Circo Voador foi muito mais do que um show. Foi um rito de passagem, uma celebração da vida, do amor e da arte que transcende o tempo. Uma noite que ficará eternamente gravada não apenas na memória da artista, mas na história de sua carreira e na de todos que estiveram presentes.