Naldo Benny está prestes a embarcar em um novo desafio musical: o pagode. Com 25 anos de carreira, o cantor, que se consolidou no funk, agora se aventura em um gênero diferente, mas que sempre fez parte de sua trajetória. Segundo ele, essa transição não foi repentina, nem motivada pelo sucesso de outros artistas que trilharam caminho semelhante, como Ludmilla e Gloria Groove. Na verdade, a ideia já vinha sendo discutida há cerca de dez anos com o produtor Prateado, uma referência no pagode. No entanto, foi apenas recentemente que Naldo sentiu que era o momento certo para concretizar esse projeto.

“Estou tenso porque é a gente, eu e minha equipe, que tá produzindo tudo! São 25 anos, mas é o primeiro, é como se fosse meu primeiro álbum, primeiro show, pessoal me vendo em um novo gênero. Não é fácil ter um lugar certo no segmento e me aventurar em outro”, revelou o cantor. Ainda assim, ele garante que está animado para essa nova fase de sua carreira, resgatando a garra e a paixão que sempre teve pela música.

Apesar de reconhecer que o pagode está em alta e que o formato label tem sido um sucesso, Naldo reforça que essa decisão não foi impulsionada pelo momento do mercado, mas sim por uma vontade genuína de explorar o gênero. “Lógico que percebi o momento bom do pagode, não posso perder esse timing. O formato label é uma experiência que vem dando certo, aí, tecnicamente, a gente entendeu que tenho capacidade de fazer isso, tipo sete horas de show. Mas fazer o pagode por ficar empolgado por vê-las fazer, não. Já queria ter feito antes”, explicou.

Na verdade, Naldo sempre teve uma forte ligação com o pagode. Antes de estourar no funk, ele já tinha diversas experiências no gênero, incluindo colaborações com grandes nomes. Durante sua trajetória, trabalhou com produtores que marcaram a história do pagode, foi backing vocal do Grupo Disfarce e teve músicas gravadas por Belo e Alexandre Pires. Para ele, essa nova fase não é uma reinvenção, mas sim um retorno às suas raízes.

O incentivo final veio da internet, quando sua participação no DVD do Pagode do Adame viralizou. “Foi a internet que gritou, foi um termômetro. Percebi essa onda quando vi o pessoal comentando sobre eu cantar pagode, pedindo mais. Não podia perder. Recebi muito carinho do público”, afirmou. Muitos ficaram surpresos com sua capacidade vocal, já que o funk é frequentemente associado a rimas e batidas marcantes, sem tanto foco na técnica de canto.

Agora, com o projeto “Casa do Naldo”, ele quer trazer uma experiência mais intimista e brasileira. “Quero estar de short, chinelo, bem solto, como carioca”, brincou. O álbum, previsto para fevereiro, contará com regravações e composições inéditas, misturando romantismo e festa. Naldo promete entregar um trabalho autêntico, provando que sua trajetória sempre esteve entrelaçada com o pagode. E, quem sabe, após essa incursão, ele ainda explore outros gêneros: “Depois do pagode, falta só o sertanejo para tirar uma onda”, finalizou com bom humor.